Os microplásticos são fragmentos plásticos com dimensões inferiores a 5 milímetros. Quando suas dimensões são inferiores a 100 nanômetros, são denominados nanoplásticos (mas aqui nos referiremos como microplásticos, para simplificar). Podem classificados como primários (produzidos para indústria, como os abrasivos nos cremes dentais e esfoliantes) ou secundários (resultado da fragmentação de partes maiores). A fragmentação do plástico no ambiente se dá pela ação da umidade, calor e radiação UV.
No meio ambiente se acumulam, pois não são degradáveis, e podem se ligar a substâncias nocivas, como agrotóxicos e metais pesados. Podem ser absorvidos por seres vivos, como pelas raízes das plantas, e por animais, por via inalatória ou pela ingestão. Se cumulam nos tecidos, causando desordens metabólicas. Atualmente, já foram encontradas MP em fezes de bebês, placentas e até no sangue humano, e sua presença já foi confirmada em todos os lugares do globo, inclusive os mais inóspitos, como desertos, geleiras e altos de montanhas.
O uso indiscriminado de objetos descartáveis de uso único e a falta destinação correta dos resíduos plásticos (reciclagem) são fatores que contribuem para o aumento crescente das concentrações de MP no planeta.
Todos os seres vivos são capazes de ingerir, inalar ou absorver MP e estão sujeitos aos efeitos de MP. Em plantas vemos efeitos sobre o crescimento, a produtividade, a germinação de sementes e aspectos fisiológicos diversos. Portanto nós, humanos, estamos ingerindo MP através dos alimentos e da água e também inalando MP, mas ainda não sabemos bem como eles interagem com o nosso organismo e quais os perigos que eles representam. Porém, estudos em animais já demonstraram efeitos sobre a absorção de nutrientes e alterações nas microvilosidades do intestino.
Em termos ecológicos, sabemos que algumas espécies vegetais são mais sensíveis à poluição de MP que outras, então poderá ocorrer um desequilíbrio entre as espécies, como a competição entre as espécies, por exemplo.
O plástico biodegradável nada mais é do que várias partículas plásticas interconectadas por uma matriz orgânica. Portanto, no ambiente, sob condições ideais, essa matriz orgânica é decomposta, por exemplo por micro-organismos, liberando as partículas plásticos – isto é, os MP! Portanto, é benéfico por ter um potencial de persistir por menos tempo na forma de macroplástico no ambiente, causando menos impactos sobre os animais marinhos e aquáticos em geral, porém, se transforma em MP numa velocidade infinitamente maior.
Como o plástico é um material super maleável e barato, tem sido usado cada vez mais na composição de equipamentos eletrônicos. Dessa forma, as partes plásticas, se não descartadas corretamente, irão se transformar em MP ao longo do tempo.
O isopor na verdade é uma marca tradicionalmente conhecida por produzir poliestireno expandido. É um plástico com baixa densidade, pouco valorizado para a reciclagem, justamente porque o seu rendimento é muito baixo para fins de reciclagem. Para os catadores, por exemplo, não é vantajoso coletar isopor, pois um volume enorme de isopor se converte em uma quantia pequena de dinheiro.
O famoso poliéster é um tipo de plástico. Inclusive a água da lavagem de roupa também constitui uma fonte de contaminação, então é melhor reutilizar essa água no jardim e não na horta para evitar o acúmulo no solo e nas plantas que iremos ingerir.
Mesmo que a gente pare de descartar plástico incorretamente hoje, teremos um problema enorme com o qual lidar nas próximas décadas ou séculos. No entanto, algumas iniciativas que podemos ter e ensinar às nossas crianças é evitar o uso de plásticos descartáveis de uso único (como aquele cafezinho que a gente leva 30 segundos pra tomar, mas que o plástico do copinho permanece por 400 anos no ambiente…) e, para fazer isso, podemos ter sempre com a gente uma canequinha e uma garrafinha. Também realizar a destinação correta de nossos resíduos. Algumas cidades possuem um sistema de coleta seletiva. Nas que não a possuem, é possível encontrar com a associação de catadores de recicláveis da cidade ou até mesmo separar e combinar de entregar às pessoas que fazem coleta, como por exemplo a Sucata Digita que fez este trabalho com resíduos eletrônico que sendo descartados de forma incorreta podem acabar por gerar mais microplásticos. Outra coisa legal é dar preferência para estabelecimentos que são mais sustentáveis, como restaurantes que entregam suas marmitas em embalagens de alumínio e papel ou cosméticos que utilizam somente produtos naturais nas suas formulações. É interessante que quando a gente decide adquirir hábitos mais sustentáveis, as pessoas ao nosso redor percebem e acabam integrando esses hábitos também. E por mais que a gente sozinha não faça grande diferença, sempre é bom lembrar que as crianças de hoje serão os adultos de amanhã, os quais serão donos de empresas e decidirão o futuro do nosso planeta!